domingo, 6 de junho de 2010

A Pestilência que exala da terra já é morte


Já negro é o Cerúleo. E as primaveras, já não nos festejam com o esvoaçar das andorinhas. Somente se vislumbram Urubus. A estraçalhar as ossadas que restam pelo planeta. Como trágica recordação das macabras planetárias políticas. Dos mares, já não nos vem o perfume da maresia. Mas sim o pestilento odor do petróleo. E os elementos da atmosfera. Alteram-se nos gases da pestilência que exala da terra.

Entre assustados morcegos e vampiros.
Com o ruído dos bombásticos tiros
Das fraudulentas especulações.
Conluiadas com as mundiais administrações.
À porta de um cemitério.
A rezar ao universal mistério.
Vi sentado um parlamento.
Que por não ter valimento.
Entre os vivos do terreno planeta.
Já sonha com o halley cometa.
Para imporem aos mortos a república
Da paralisia pública.
A este todo fantasmagórico
E da morte alegórico.
Em orgias nocturnas.
Abrem-se as urnas.
Riem as carpideiras.
Dançam as caveiras.
Ao som dos políticos abutres.
Que como cadáveres ilustres.
Já se vêem entre a mortandade
A prometerem mais saúde e prosperidade.
Assustados com os cadavéricos guinchos.
Pião os mochos.
Enquanto esvoaçam as corujas
Sobre os políticos intrujas.
Que empestam com odores sulfurosos
E politicamente venenosos.
Toda a planetária existência.
Assassinando assim, a terrena sobrevivência.
Nesta terra de esperança.
Que por falta de liderança.
E política ignorância.
Conluiada com a política ganância.
Se vê transformada em câmara mortuária.
Em fantasmagórica necrópole planetária.
Eduardo Dinis Henriques








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