quarta-feira, 18 de agosto de 2010

EU


Hoje, como no passado, que meu caminho já deu percorrido.
Meu Eu! Caminha sofrido.
Neste todo, que sou Eu! A espelhar o meu vivido.
E por mais que me esconda. O meu Eu, é sempre reflectido.
É vivido acontecimento!
É tempo em movimento!
E mesmo, sem a nada olhar. A vida sempre vislumbro.
E o tempo decorrido lembro.
No sorriso do erguido. E na tristeza do caído Escombro.
Se assim sou! Qual a causa de tanto assombro?
Porque Eu! Sou o espelho desse tempo conseguido.
O ser, que o todo percorrido deu erguido.
E o tempo, ainda não deu concluído.
Embora Eu, me sinta já destruído.
A percorrer um mundo que julgo desfeito.
E no ver do que sou Eu, imperfeito.
Um espaço à vida murado.
Aonde o meu Eu, grita o seu silencio de corpo irado.
Na razão da forma como o todo sente.
E não o dá contente.
Entre os vindos e desavindos sentimentos.
Entre as desilusões e os encantamentos.
Nesta vida de desconhecida razão.
Que tem a morte como certo brasão.
Depois da medida do tempo, findar o fluido.
A um ser, com o universo ainda pouco intuído.
Mas como tudo, ao caminho de metas semelhantes.
À morte e seus horizontes..
Aos fins latentes.
Entre o choro de descontentes.
Que de olhos apiedados.
Se esquecem, que na mesma meta, são esperados.
Quando lhes findar a areia na ampulheta.
E a morte lhes tocar a sineta.
A quebrar toda a sentimentalidade.
Toda a vivida realidade.
Ou mistificada dualidade?
Eu, que do meu corpo ironiza.
Enquanto o meu ser agoniza.
Entre as ultimas palpitações.
Que se vão esvaindo em recordações.
Da passada existência.
Brotada de um nascimento sem experiência.
A um final sem clemência.
Eu! Comigo nascido.
Do todo quero ser merecido.
Até que o tempo, me de por vencido.
Eduardo Dinis Henriques

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

EU

EU

Meu Eu, encorpado aos terrenos sentidos.
Mas longe! Dos terrenos gemidos.
Espaço de escuridão.
Quanta solidão.
Quando restar aqui largado e ignorado.
Às cinzas atirado.
Porque de ti! Fui desintegrado.
Corpo amargurado.
Meu Eu! Serás tu forma empedernida?
Que na ânsia de melhor ermida.
Fechas a porta
Ao ser que te transporta.
Meu Eu! Eu, não te conheço.
Mas contigo, ainda amanheço.
Porque o tempo, ainda vai emergindo.
Deste correr de espaço infindo.
Meu Eu! A ti! Meu ser foi confiado.
E pelo crescer do mundo Gladiado.
Como se o meu ser! Fosse corpo de monge.
Que em sua peregrinação anseia ir mais longe.
Mas como o meu Eu! É ser que não se conhece.
E nem se sabe? Se, com o corpo envelhece?
Nesta trilha que finda em corporal morte.
Sem que se conheça do Eu, sina e sorte.
Depois do todo que o fez rir e chorar.
Pecar e orar.
Amar e odiar.
Abraçar e gladiar.
Mas pela certa o fez crescer!
E aos desígnios do mundo descer.
E sempre de olhos erguidos aos Céus.
Entre as estrelas, escolher o seu Deus.
E seguir os seus mandamentos.
No acordo de endeusados prometimentos.
Deixados em planícies ou montanhas.
Ou no recôndito de infindas entranhas.
Meu Eu, que caminho escolheste?
Será que seguiste o que mereceste?
Consoante na trilha da vida foste assediado.
E pelo bem ou pelo mal sitiado.
Ou caminhaste sem seguimento?
Neste tempo que não tem complemento.
Eu, nascido sem história nem memória?
Ao espaço de temporal trajectória?
Eu, de passado esquecido?
Ao mundo aparecido.
Feito à forma corpórea que o dá aprisionado.
Como se o todo do mundo. Assim fosse irmanado.
E feito sempre na sábia vontade de um ser mágico.
Que idealiza toda a matéria a um fim trágico.
Mas mantêm no tempo, toda a passada radiação.
Da matéria que foi forma e criação.
Eu, que a vida ao tempo vê fiar.
Mas no tempo, não pode confiar.
Porque a sua idade, não tem velocidade.
Que lhe de o espaço, de outra idade.
Eu, em vida de lembranças e esquecimentos.
Eu, perdido em constantes pensamentos.
Eu, de infindos padecimentos.
E corpóreos contentamentos.
Na terrena dualidade.
De Eu e Corpo. E de cada um veracidade.
Na forma como o tempo os faz viver e separar.
Sem que nada, esta separação consiga parar.
Corpo em cinzas. E Eu, sozinho?
Tempo e espaço, quanto caminho?
Entre magoas e alegrias.
Insultos e honrarias.
Eu, a caminhar à felicidade.
Do corpo? Ou da do meu Eu realidade?
Corpo que no tempo vislumbra a sepultura.
Quem sabe à do meu Eu ventura?
Cinzas de corpórea infância.
Largadas pelo meu Eu a outra vivência.
E lá no alto. As estrelas a brilhar.
Iluminam ao meu Eu o novo trilhar.
Enquanto que o corpo, são cinzas a marcar o passado rasto.
Do tempo que na terra o meu Eu deu por gasto.
Ou não passa tudo de criativa imaginação?
Na cobiça de uma qualquer salvação?
Meu Eu, feito a esta separação?
Mas Eu, ainda nem tive tempo de entender a nossa relação.
O porquê, da do meu Eu germinação?
Com a terrena materialização.
Sonhos de além horizonte.
Ao provir de que fonte?
E a que rumos são a nascente?
De tanta gente.
A indagar o seu presente
Meu Eu! Que na terrena matéria te aturo.
Terás tu medo do futuro?
Meu Eu, quanto caminho juntos já percorremos?
E as negras encruzilhadas tememos.
E as ilusões que idealizamos.
E tão poucas neste tempo concretizamos.
Será que erramos?
Ou a vida não amamos?
Meu Eu, a minha forma vai perdendo a consistência.
Da terrena existência.
Do meu corpo, acerca-se a descrença.
E o tempo, aproxima os horizontes da doença.
Os passos, já não trilham à esperança.
Sinto no corpo a cósmica herança.
Da universal sentença.
Que toda a matéria, tem a sua planetária pertença.
O meu Eu, sentira a mudança?
Tempo espaço e calma.
.O meu Eu e a Alma.
Desprendidos do coração.
Talvez mais perto da oração?
Ou da existência de novas revelações?
Que se vão abrindo ao caminho das mais distantes constelações.
Meu Eu, que é que nós fomos?
.E o que é que nós somos?
E o que seremos?
Ou simplesmente morremos?
Como se nada existisse.
E da planetária matéria nada partisse.
Nem memória nem conhecimento.
Que dê continuidade ao movimento.
Da crescente humanidade.
Eduardo Dinis Henriques








quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O LAMENTO DE UMA NAÇÃO


Grito do inferno.
Finda sem governo.
Que mantenha o sustento.
O nacional alento.
De quem trabalhou ao erigido.
Erguido! Por quem por Deus foi ungido.
De quem sempre honrou a bandeira.
E defendeu a nacional fronteira.
Universais Castelos. Ao mundo erguidos.
Mas neste grito perdidos.
Nevoeiros de tempos amargos.
Sem Naus! Mas pejado de náufragos!
Meu Deus! Mas que tormenta!
Portugal enfrenta.
O governo tudo corta.
E a solidariedade resta morta!
Com esta politicagem
De infernal viagem.
Que como maldita miragem.
Espelha a sua voraz política imagem.
Por entre os pacóvios pagantes.
Que envergonhados e delirantes.
Afundados em tanto azar.
Vão chorando por Salazar.
Ao verem que foram enganados.
Por quem lhes prometia eldorados.
Antes de ao cadeirão administrativo serem guindados.
Meu Deus! Quantos amargurados?
Agora de joelhos imploram apavorados.
Pelo escudo salazarista.
Pela nobre política do estadista.
Que sem falseados floreados.
Nos ia mantendo coesos e mundialmente invejados.
E sem nunca prometer mundos e fundos.
Mas sempre arraigado por sentimentos profundos.
Ao todo da Lusa Nação
Com total pessoal desprendimento geria à Lusa governação.
Meu Deus! Tende piedade.
Desta gente que aplaudiu a inverdade.
A uma mão cheia de nada.
Ao todo de uma política envenenada.
E com a internacional cobiça enleada.
E que, de forma falseada.
Foi-nos minando.
E na mentira arruinando.
Enquanto ia prometendo.
E o todo corrompendo.
Ao julgo da sua falsidade.
Ao grito que fomentou a actual precariedade.
E fecundou a nacional confusão.
A populacional desilusão.
No todo da portuguesa Nação.
Que no cilicio da nova política encenação.
Vê por tudo e por nada os bens penhorados.
Para que os políticos, sejam ricamente remunerados.
Com rápidas e milionárias reformas vitalícias.
E vivam em eldorados de infindas delicias.
Regimentadas por leis políticas.
Que, sem quaisquer humanas éticas.
De forma elitista e proteccionista.
São instituídas por esta política classe elitista.
Enquanto o resto da população.
Espezinhada por esta política administração.
Tem que, sem qualquer político norte.
Trabalhar até à morte.
Em vida insustentável e lastimável.
Para usufruir uma reforma miserável.
Meu Deus! Quanta inglória!
A enegrecer a Lusa história!
A mostrar que, nem sempre o governo é o verdadeiro Estado.
Que a uma Nação, deve ser honrado e prestado.
Eduardo Dinis Henriques