terça-feira, 29 de junho de 2010

SENTIMENTOS


Sentimentos, raízes que se vão criando.
Consoante a vida se nos vai mostrando.
No ninho que nos vai alimentando.
E desfiando-nos miríadas de Céus, que nos vão maravilhando.
E fazendo sonhar com o Céu do nosso encantamento.
No propósito do nosso sentimento.
Num todo de conflitos emocionais.
Que vão cimentando laços sentimentais.
Que nos vão irmanando.
E à vida formando.
Mas sempre à porta de sentidos renovados.
Que a cada tempo, de encontros, nos são revelados.
E guardados no coração.
Em constante apreciação.
A celebrações.
De diferenciadas emoções.
Assim, chorando e rindo.
Ao mundo, os sonhos vamos abrindo.
Entre sentidas comoções.
E alegres aclamações.
Em crescer que nos vai enraizando outros sentidos.
E vinculando os já adquiridos.
Vamos imanando novos magnetismos.
De diferentes sentimentalismos.
Que por toda a vida se vão manifestando.
Consoante o mundo vamos olhando
E a humanidade admirando.
Na adquirida maturidade.
Que vamos abrangendo com a idade.
Em constante emocional retribuição.
E sentimental aferição.
Neste sentimental crescer, ao progresso da humanidade.
E ao encontro da terrena felicidade.
Caminhamos sujeitos a todas as interferências.
Mas freneticamente procuramos as nossas preferencias.
No que julgamos ser a autenticidade.
Da nossa sentimentalidade.
Mas como seres susceptíveis.
Estamos sujeitos a infindos magnetismos apetecíveis.
Que na sua desejada luminosidade.
Vão destronando a preferencia à nova realidade.
Assim, caídos, nestes raios de frivolidades.
Vamos perdendo as verdadeiras afinidades.
Num caminhar de continuo exteriorizar.
De olhares a divinizar.
Aos sentimentos que queremos conquistar.
Mas não manifestar.
Nesta sentimental duplicidade.
Vamos criando e vivendo alguma virtualidade.
Em retribuição de sentimentos fictícios.
A interesses acomodatícios
Mas cada eu, vive esta humana submissão.
Talvez porque seja a sua missão?
Ou porque ainda, não somos concludentes?
Mas sim, continuamente dependentes.
De situações e exteriores atractivos.
Ou negativos emocionais motivos.
Que vão intervindo nos nossos sentidos emotivos.
Na cadeia universal que tudo vai modificando.
Consoante o tempo o espaço vai contornando.
Assim, em sentimentos entorpecidos ou Lúcidos.
Ou sentimentalmente envaidecidos.
Sem a devida apreciação, uns vamos menosprezando.
E outros adorando.
Consoante somos atraídos
Pelos seus emanados fluidos.
Eduardo Dinis Henriques








terça-feira, 22 de junho de 2010

ACTORES DE PÉ DE BARRO

Os tempos vão correndo.
E o vento uivando.
Entre pedras e cearas.
E gentes de mil caras.
Que se fantasiam consoante a desgraça.
Que pelo mundo graça.
Cearas de cardos.
A encobrir venenosos dardos.
Cearas sem alimento.
Que a todos de valimento.
Neste mundo de infindos ratos.
Que, em políticos aparatos e contratos.
Dominam as produções.
A fantasiosas especulações.
Obrigando uns, a miserável subserviência.
E outros, lança em criminosa opulência.
Uns descalços, outros medalhados.
Mas todos, com a morte enredados.
Actores e espectadores.
Aguardam pelos mortuários corredores.
As lágrimas ou as palmas.
Que blasfemaram as suas almas.
Nas medalhas destes tempos e espaços.
Desfazem-se os humanos laços.
E na ferocidade dos ávidos falcões.
Incendeiam-se humanos vulcões.
Mas os mártires, já não se atiram aos leões.
Como já não se fazem campeões.
A morte, essa, continua a ser um espectáculo.
Onde impera o solene e o vernáculo.
Em escuras cores.
De Almas sem pudores.
Que desfeitas de qualquer humano sentimento.
Aplaudem o mortal acontecimento.
Em gargalhadas escondidas.
Por vidas traídas.
Actores de pé de barro.
De aplauso bizarro.
Em palcos de morte
A dividir a vivida sorte.
Entre flores de negras ilusões.
Mitigadas em fatídicas confusões.
Urubus sem penas.
A esgaçar em todas as cenas.
Carpideiros sem destino.
Nem humano tino.
Seres de alma e fatos acizentados.
Que nem pelas ribaltas são iluminados.
Mundo de minados.
E mal amados.
A fantasiar a realidade.
Para ocultarem a verdade.
Das actuais arenas.
De fétidas hienas.
Que em camufladas investidas.
Minam pelas sepulcrais desditas.
Dos pedintes ou dos condecorados.
Que, na mortal arena, foram integrados.
Com mais requinte ou menos requinte.
Virados para leste ou para oriente.
Com ou sem bandeira.
Cruzaram a mortal fronteira.
Eduardo Dinis Henriques









sábado, 19 de junho de 2010

EU.. LUZ.. AMOR E VIDA!

Sentimentos que amei..
Abraza-me na luz do teu olhar.
Esperança flor que nasce nas agruras
De um rochedo nú.
Como luz que na noite flutua
Espalhando seu clarão
Intenso e crú!
AH! como é suave o raio da esperança.
Quando ela em nosso ser faz cicatriz.
Quero a claridade da luz divina
Na razão obscura.

Amor, gotas de orvalho no cálice da flor
Amor, cordas da lira do meu coração.
Ilusão que desperta o pensamento absorto..
Esmorecido que traz a lágrima, ermo diamante
Este cristal solitário da dor
Cravado puro e brilhante no meu amor.

Para alguns a vida é um céu aberto.
Vida que escreve meu destino.
Eu já de olhos mortos na primavera.
Finaram-se os padrenossos do meu rosário,
Como folhas ao vento se vai..
Partida em ansia profunda e  dolorida.
Vida de outrora esplendida e audaz.
Quiz brilhar..
Quiz amar..
Quiz viver..
Para brilhar, busquei a gloria na arte..
Para amar, o eterno amor.
Para viver, carreguei a cruz do senhor.
A gloria falhou.. o amor ilusão.. vida..
Pegadas que não se apagaram..
Passos que não esqueço...

GOTA OCEÂNICA

Como sempre, amanhece!
No espaço da pequena gota, que mal se conhece!
Mas como sempre, também anoitece!
E a gota escurece!
Entre uma infinidade de luzes, que no Céu aparece.
Ao movimento do dia que não tarda a aparecer.
Em horizonte de novo merecer.
Enquanto o homem, na pequena gota, vai pelo céu navegando.
E sobre a gota, indagando?
E em ventre materno, novas gotas, vai fecundando.
Ao todo de infindas gotas, que vão crescendo.
E no universo, desaparecendo?
Consoante o tempo, o espaço vai vencendo.
Em corrente inexpugnável.
Que somente o tempo ameniza e dá navegável.
À nascente das gotas.
Que em comuns rotas.
Formam este todo oceânico.
Universalmente Messiânico.
Eduardo Dinis Henriques

quinta-feira, 17 de junho de 2010

VIDA

Até o mais esfomeado. No medo é calado. Só não vê, quem vive da morte. E da morte vai comendo. Mas os netos! Serão o próximo prato!
VIDA
Se a vida me perdoar?
Com o que eu doar???
Será que a terra, tem mais luar?
E o sol, deixa de flutuar?
Ao hipócrita manto
Do político canto.
E, se eu! Nada legar!
Quem no mundo vai pegar?
A besta doutorada?
Ou o bruto? Da política tourada.
Ou quem? Somente tem a mão enxada.
Porque a vida, na política tourada, sempre lhe foi lixada.
Mas, se a morte, não me aclamar?
Será que no Céu, me vão amar?
Por não encarrilar na brutal diapasão.
Da actual terrena política invasão.
Que, em seu lamiré de político tremor.
Em continuado roubar, nega o universal amor.
Eduardo Dinis Henriques

LUZ

LUZ
Por traz da minha mascara.
Que me serve de cara.
Quantas memórias?
Quantas passadas histórias?
A minha face espelha.
Na espelhada pele, que o tempo já engelha.
Será este currículo de minha autoria?
Ou mera imagem ilusória?
Que se vai reflectindo
E transmitindo.
No tempo, que me vai espelhando.
Consoante o espaço me vai aliando.
Sem que o meu ser, nada tenha planeado.
Imagina-se a este universal enleado.
Ser? Ou reflectida imagem?
Raio de luz em viagem?
Que as suas cores vai metamorfoseando.
Consoante as atmosferas que vai cruzando.
Mas o tempo corrói-me!
E o corpo dói-me!
Febril de imaginação.
Na rota da universal criação.
Que atravessa espessa neblina.
Em demanda de luz mais cristalina.
Eduardo Dinis Henriques





terça-feira, 15 de junho de 2010

AMOR



AMOR
Amor, que tanto poema abrilhantas.
E em rimas, tanta sensualidade cantas.
Em apaixonados fraseados.
Ao amor, gramaticalmente elaborados.
Amor, em palavras poetizadas.
Estrofes de amor em papel vinculadas.
Amor, palavra banal.
Impregnada de sentido carnal.
No correr do aparo, que pelo papel desliza.
Mas no coração não se materializa.
Nem à vida se realiza.
Somente a mente idealiza.
Como desejado instrumento.
Que se manobra sem sentimento.
Amor, crer sublime de Alma e coração.
Espirito e matéria que forma a humanização.
Em entrega sem argumentação.
Ao todo que irradiamos.
Quando realmente amamos.
E com caricias ou olhares
Magnetizamos os nossos pares.
E o espaço nos alarga até ao firmamento.
A transbordar de excelso encantamento.
Ou contentes, no pouco que nos resta.
Ainda festejamos em alegre festa.
O magnetismo que espontaneamente se manifesta.
Amor, que a todos devia nascer.
E para o sempre florescer.
Em continuada realidade.
De benfazeja espontaneidade.
Mas tu! Na estrada deitado.
Restas enjeitado.
Sem que o amor, te dê um braço.
A envolver-te em carinhoso abraço.
Perdeste o magnetismo.
E ninguém quer cair no teu abismo.
Nesse amor sem deslumbramento.
E fazer parte do teu humano lamento.
Que a nenhum coração dá chamamento.
Filho! Que nasceste destronado.
No infantário abandonado.
Por miserável ordenado.
Ou por desejo vocacional.
Em seguir o trilho profissional.
Que amor sentiste?
Quando sem os braços da mãe te viste triste.
Amor, a desfazer o mundo com os filhos de infantário.
Na força do vivido fadário.
Meu Deus! Quanto amor vertido em infantil calvário.
Quanto amor em lágrimas.
E impresso em rimas.
Em sonhados desejos.
Dos nunca sentidos beijos.
Crianças a chorar em braços estranhos.
Sem maternos afagos e agasalhos.
Que amor pode tem essa criança?
E o mundo, que esperança?
Quando é a própria casa que não se respeita.
E a família se enjeita.
No correr a que as necessidades nos sujeita.
Neste viver de mães e filhos sem berço.
Sem mesa de amor a rezado terço.
Amor, que o filho não embala.
Cria uma humana bala.
Pronta a servir em qualquer guerra.
Por falta do sentir de casa e terra.
Amor, que tanto sangue derrama.
Porque o povo não se ama.
Mas passa a vida com o amor na escrita.
Que em banal fraseado o amor grita.
Em rascunhos de beijos e sensualidade.
Como se o amor fosse uma gramática de fecundidade.
Um aparo de ilusórias confissões.
E metamorfoseadas gramaticais expressões.
Sem amor ao todo que se vislumbra.
Tanto na luz, como na sombra.
Amor, em sonhos de véus finos.
E excitantes hinos.
Meras frases ao passado ou futuro pretendido.
Letras de sentido perdido.
Quando deviam ser palavras.
A humanitárias obras.
Que pelo todo se estendessem
E ao todo se oferecessem
Com amor verdadeiro
À construção de um mudo mais companheiro.
Mais humanizado e amado.
Sem tanto sangue derramado.
Eduardo Dinis Henriques




domingo, 13 de junho de 2010

EU!

                                                                       
Medito silenciosamente contemplando o entardecer,
Meu corpo se transforma em um violino
Sendo tocado pelos dedos do vento.
Enquanto a noite desce com seu sombrio manto,
Conto as estrelas,sonho e me banho de luar.
Colho flores de todas as cores.
Pra enfeitar o dia que começa a raiar..
Meu eu! esse é meu jeito de amar..
Sei que o mundo é misérrimo e enfadonho..
O meu pranto é contido,
Em vez de molhar os olhos,
Molha o coração.
Percebo o desfilar do tempo amargo e lento
Aceito do destino o julgamento
Castigo que faz o meu peito cativo.
E meus versos implorativo.
Mas são eles a luz da minha escuridão..
Alento da minha solidão....

terça-feira, 8 de junho de 2010

EU

EU

Céu, mar e terra.
Homem e guerra.
Que sem saber porque berra.
E o seu corpo. Na terra enterra.
A outro tempo, que será um instante.
Do pulsar constante.
Ao espaço que sempre se vai aproximando.
E na expansão do tempo formando.
Na física da cósmica prevalência.
Que entre gelo e fogo vai criando a sua valência.
Neste todo de vidas transitórias.
E migratórias.
Na corporal dissolução a nova construção.
E permanente organização.
Na valência do caudal de corrente interminável.
Que da morte e do nascer de forma admirável.
Se vai expandindo pelo universo ininterruptamente.
No tempo, que forma sempre um espaço expectante.
Às reminiscências.
Das passadas existências.
Sobrevivências dos gelos que se liquidificam.
Em águas que novos rumos purificam.
E pelo caminho do tempo, muitos fogos vão apagando.
E novos paraísos edificando.
Neste todo de astrais flutuações.
E concepções.
E muitas ilusões.
Entre constantes explosões.
Criadas pela revolução.
Da universal evolução.
Celestiais sinfonias audíveis.
E visíveis.
Possível admoestação
A quem ruma sem universal contemplação.
Sol, nuvens e vento.
Sempre em movimento.
Neste todo em crescimento.
Que deu ao meu Eu. A existência.
Sem a dadiva da transparência.
Do porquê do meu nascimento?
Ao todo do universal envolvimento?
Brotar distante ao saber da procedência.
Mas sempre em universal dependência.
Eu, a crescer embalado por suposições.
Eu, amedrontado com superstições.
Entre a luz e a sombra.
Mas sem nunca atravessar a penumbra.
Que ilumina-se o meu Eu, num raiar de claridade.
No saber de alguma universal verdade.
Eu, sem domínio de nenhum elemento.
Que o alargue pelos confins do estrelado firmamento.
Adquirindo universal sentimento.
Em votivos pensamentos.
De universal concordância.
No todo de indizível cadência.
Que vai permitindo a formação
De mundos e formas dadas a mais criação.
Na plausibilidade
Da cósmica mobilidade e maternidade.
Premissa, que vai gerando a fertilidade.
Consoante o tempo se vai abrindo no espaço da idade.
E a idade, se vai espargindo.
Pelo todo que o tempo vai atingindo.
Deixando as matérias fosseis de outros tempos decorridos.
Por espaços percorridos.
A mostrar alguns geológicos períodos, de passados patamares.
Abertos na força de tormentosos mares.
E purificantes fogos incandescentes.
Que vão queimando gases remanescentes.
Mistério indefinido e indiscritível.
Na lucidez do meu Eu, temível. Mas apetecível.
E à consciência do meu Eu, de inatingível interpretação.
Na força da consequente universal obliteração.
Dos universais canais aos grilhões temporais.
E nas formas corporais.
Que não comportam ainda as inimagináveis instituições.
Às universais consciencializações.
Entre as portas dos vazios espaços das premonições.
Que em universal sugestionabilidade.
Conferem a disponibilidade.
De cada Eu, se ir dissolvendo.
E libertando.
Da terrena personalidade.
E entrar na forma da universalidade.
Sem a necessidade de veículos caóticos.
Que sem canais práticos.
Só nos elevam no espaço da nossa habitabilidade.
E física velocidade.
E assim, vamos ficando enclausurados.
No ainda irresoluto dos nossos pecados.
Negados à vitória de distâncias.
À entrega das chaves das universais concordâncias.
Neste todo de meditação
Que me dá alguma premonição da universal formação.
Resto Eu, em pedra sentado, a olhar o mar ondulado.
E o Céu estrelado.
Que ao todo vai cintilando.
E o seu espaço iluminando.
Enquanto vou largando as terrenas trivialidades.
E me acerco das universais realidades.
Mas pouco me elevo, para além do meu patamar.
Das correntes do meu mar.
Sem atingir o todo da universal musicalidade.
Da leveza da espiritualidade.
Por mais que o meu Eu, seja implorativo.
Ainda resto do pecado cativo.
Do castigo indubitável.
Que cada Eu, ainda de forma inegável.
Conserva das reminiscências de anterior paraíso.
Como secular aviso.
Às tentações dos falsos endeusamentos.
Desvirtuados das impulsões dos universais ensinamentos.
Às petulâncias e ganâncias desmesuradas.
Por rotas de falsas encruzilhadas.
Aos lúbricos excessos.
E mais manifestos devassos.
Eu, premonitório.
De eu todo mais meritório.
Na continuidade da evolucional expansibilidade
Do universo e da Alma da humanidade.
Eduardo Dinis Henriques













domingo, 6 de junho de 2010

BRASIL

Mural BRASIL feito com moedas brasileiras e portuguesas.

Brasil tela de Deus ao mundo
B rasil em ti
R evigoro meu ser
A curo meus sentidos
S aboreando desperto
I dílicos sonhos
L aureados de beleza e cor

T errestre paraíso
E rguido à meditação
L inimento espiritual
A lforria de vida

D ivina dadiva
E rguida na terra como espelho do Céu

D eus por ti passeia
E nfeitiçado com o edificado
U niverso Brasileiro
S antificado para sempre

A berto ao mundo inteiro serás Brasil
O riflama natural de amor riqueza e união

M anancial universal
U nes raças e credos
N ação Por Deus abençoada
D everás ser sempre
O rgulhosamente Brasil

Eduardo Henriques

A FORÇA É DIVINA


A FORÇA É DIVINA

Em ondas brancas e mareantes.
Que no longínquo se formam ondulantes
A convidar os navegantes.
Zarpam os lusitanos argonautas.
Ao som de melodiosas flautas.
No azul do Céu, os anjos.
E todos os arcanjos.
Vigiam as caravelas
Com a Cruz de Cristo em suas velas.
E mais alto, no azul das Divindades.
As Celestiais Santidades.
Abençoam o Luso empreendimento.
De dar do mundo cabal conhecimento.
Homens, velas e os elementos.
Quantos tormentos.
Cerúleo de azul calmaria.
Ó Virgem Maria.
Sopra à vela alguma ventania.
Que a bom rumo seja capitania.
Céu de argênteo tenebroso.
Mar alteroso.
Mas no topo da mastreação
Que irá alargar a Lusa Nação.
Formas Divinas continuam em aclamação.
Ajudando e apoiando a Lusa navegação.
Assim, as Lusas caravelas sulcam os mares.
Na construção de dar ao mundo melhores altares.

Eduardo Dinis Henriques

EU

EU
De algum lugar do passado.
Esperado no tempo da criação.
Para na vida, ser de novo ingressado.
A continuar a universal formação.
Assim, o meu Eu, aparece em matéria terrena.
Neste todo de força eterna.
Eu, feito a olhar os Céus.
Mas quantos são os véus?
Que me escondem as estrelas.
Por mais procissões de velas.
Que em oferendas. Os eus, queimem.
E com orações o éter animem.
Continua o meu Eu, no meio deste hercúleo.
A olhar o inatingível cerúleo.
Eu, que na Cruz, o sangue derramou.
Pelos eus que amou.
Neste mundo de suplícios
E terrenos vícios.
Que vão cortando as assas aos voos da compreensão.
E fomentam a humana tensão.
Que faz levar a espada à mão.
E a morte ao irmão.
Eu, em corpo de sangue.
De olhar sorridente ou langue.
Conforme a luz que o sustenta.
Ou as trevas que o tenta.
No todo da humana confusão.
E da vivida ilusão.
Eduardo Dinis Henriques




A Pestilência que exala da terra já é morte


Já negro é o Cerúleo. E as primaveras, já não nos festejam com o esvoaçar das andorinhas. Somente se vislumbram Urubus. A estraçalhar as ossadas que restam pelo planeta. Como trágica recordação das macabras planetárias políticas. Dos mares, já não nos vem o perfume da maresia. Mas sim o pestilento odor do petróleo. E os elementos da atmosfera. Alteram-se nos gases da pestilência que exala da terra.

Entre assustados morcegos e vampiros.
Com o ruído dos bombásticos tiros
Das fraudulentas especulações.
Conluiadas com as mundiais administrações.
À porta de um cemitério.
A rezar ao universal mistério.
Vi sentado um parlamento.
Que por não ter valimento.
Entre os vivos do terreno planeta.
Já sonha com o halley cometa.
Para imporem aos mortos a república
Da paralisia pública.
A este todo fantasmagórico
E da morte alegórico.
Em orgias nocturnas.
Abrem-se as urnas.
Riem as carpideiras.
Dançam as caveiras.
Ao som dos políticos abutres.
Que como cadáveres ilustres.
Já se vêem entre a mortandade
A prometerem mais saúde e prosperidade.
Assustados com os cadavéricos guinchos.
Pião os mochos.
Enquanto esvoaçam as corujas
Sobre os políticos intrujas.
Que empestam com odores sulfurosos
E politicamente venenosos.
Toda a planetária existência.
Assassinando assim, a terrena sobrevivência.
Nesta terra de esperança.
Que por falta de liderança.
E política ignorância.
Conluiada com a política ganância.
Se vê transformada em câmara mortuária.
Em fantasmagórica necrópole planetária.
Eduardo Dinis Henriques








O REAL


O real não existe?
Mas o tempo persiste!
E a vontade de ir ao sanitário
É movimento involuntário
De uma força de existência.
Que, em máquina, não sofredora de incontinência.
Procura o banheiro.
O buraco derradeiro.
Que o livre da existência do excremento.
Entre o seu sexual elemento.
Entre os pistões e cilindros
E mais palpáveis meandros.
Reprodutores de corpóreas maquinarias.
Que em véus de teias imaginárias.
Se vão oleando nas filosóficas humanas ciências.
Consoante o económico das suas abrangências.
Porque na realidade.
Nesta existência a óleos de tanta diversidade.
Ciências humanas, é simples filosófica cadeira.
Que se vai mecanizando na filosófica caganeira.
Que sem papel, que aguente tamanha diarreia.
Se perde na existencial teia.
Na contingência de se ver borrado.
De encarar o real, de cuja existência. Não se pode ver gorado.
E na realidade do susto, bloqueada a memória.
Perde-se o portal da história.
Que abriria o conhecimento de mais elementos.
De sólidos e líquidos, que nos podem fazer viver tormentos.
Ou lavar-nos de percalços existenciais.
Nesta existência de infindas filosofias circunstanciais.
Eduardo Dinis Henriques